A execução do piso com revestimento cerâmico deve ser iniciada após terem sido concluídos os seguintes serviços:
revestimento de paredes;
revestimento de tetos;
lixação de caixilhos
execução da impermeabilização;
instalação de tubulações embutidas nos pisos;
ensaio das tubulações existentes quanto à estanqueidade.
Antes do início da execução do revestimento, deve ser certificado se a quantidade de placas cerâmicas existentes na obra é suficiente. Recomenda-se uma margem de sobra para cortes, imprevistos ou futuros reparos.
O assentamento das placas cerâmicas só deve ocorrer após um período mínimo de cura da base ou do contrapiso. No caso de não se empregar nenhum processo de cura, o assentamento deve ocorrer no mínimo 28 dias após a concretagem da base ou 14 dias após a execução do contrapiso.
O revestimento dos pisos com placas cerâmicas deve ser executado em condições climáticas médias verificadas no local da obra. Recomenda-se a sua execução somente quando a temperatura ambiente e dos materiais for maior que 5ºC. Sei que essa temperatura não é comum na maior parte do país, mas ocorre na região Sul, é por isso que é bom, deixar isso esclarecido.
O piso externo deve ser executado em períodos de estiagem. A parte recém acabada deve ser protegida contra a incidência direta de chuvas ou da radiação solar ou ainda, da ação do vento.
Em ambientes fechados por paredes ou muretas, recomenda-se a colocação de rodapé com altura mínima de 7 cm, em todo o perímetro do piso acabado. O rodapé fica sobreposto ao piso.
No caso de placas cerâmicas assentadas com argamassa colante, a NBR 13753 recomenda que o rejuntamento seja iniciado no mínimo três dias após o assentamento; caso haja alguma placa cerâmica que apresente som cavo, a mesma é removida e reassentada.
Quando houver juntas de movimentação ou juntas estruturais nos pisos, estas devem ser respeitadas também em todas as camadas que constituem o revestimento, de forma a haver correspondência entre elas.
No piso diretamente exposto às intempéries. recomenda-se empregar revestimentos cerâmicos antiderrapantes. No piso de escadas ou de rampas com caimentos maiores que 3%, recomenda-se o emprego de revestimentos cerâmicos antiderrapantes.
Etapas de execução
A execução se divide nas seguintes fases:
Recebimento em obra e armazenamento dos materiais;
Regularização e limpeza da superfície;
Aplicação de telas em interfaces de bases com materiais diferentes, quando previstas em projeto, e adoção dos detalhes previstos em projeto;
Execução de camada de dessolidarização, quando prevista. Dessolidarização é o espaço que divide o revestimento do piso para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento, situada em mudanças de planos (quinas de paredes, tanto internas quanto externas) e perímetro das áreas revestidas;
Assentamento das placas cerâmicas;
Execução das juntas previstas no piso;
Execução do rejuntamento e
Limpeza final
Caimento
O piso de ambientes não molháveis, como quartos e salas, deve ser executado em nível ou com caimento máximo de 0,5%.
O piso interno de ambientes molháveis, como banheiros, cozinhas, lavanderias e corredores de uso comum, deve ser executado com caimento de 0,5% em direção ao ralo ou à porta de saída, recomenda-se que não seja ultrapassado o caimento de 1,5%.
Nos boxes dos banheiros, o caimento deve estar compreendido entre 1,5% e 2,5%, em direção ao ralo. O piso externo aplicado sobre lastro de concreto, deve ser executado com caimento mínimo de 1%.
O piso externo aplicado sobre laje suspensa deve-se observar o caimento mínimo de 1,5%.
Disposição de Assentamento
A norma trás algumas opções de disposição de assentamento das peças cerâmicas:
Entretanto, é fundamental observar a indicação do fabricante quanto à possibilidade de disposição das peças. Por exemplo: é frequente que as peças de porcelanato do tipo régua (20x120) não possam ter um trespasse maior do que 15cm. Fique atento às indicações do fabricante para não perder a garantia do material. Além disso, as peças têm no seu verso seta indicativas do sentido de assentamento. Disponha todas as peças com as setas no mesmo sentido para que o desenho da cerâmica não fique desconexo. Isso é importante principalmente nos pisos que imitam mármore.
Argamassa colante
Preparo da argamassa colante
A quantidade de de água de amassamento deve ser a indicada na embalagem, expressa em litros a adicionar na massa liquida do produto contida na embalagem. expressa em quilogramas, ou pode ser referida em volume de água necessária para determinado volume aparente de argamassa colante no estado solto e anidro.
No preparo manual, colocar a argamassa colante em uma caixa apropriada para argamassas e adicionar água aos poucos. misturando até obter uma argamassa sem grumos. pastosa e aderente.
No preparo mecânico, colocar água em um balde, sob agitação de misturador, ir acrescentando o pó até obter uma argamassa sem grumos, pastosa e aderente.
Para os aditivos iniciarem sua ação a argamassa colante preparada deve ficar em repouso por um período de tempo especificado na embalagem do produto, e a seguir deve ser novamente reamassada. O emprego da argamassa deve ocorrer no máximo 2 h e 30 min após seu preparo. sendo vedada neste período a adição de água ou outros produtos. A argamassa colante preparada deve ser protegida do sol, da chuva e do vento.
Aplicação da argamassa colante
Não há necessidade de umedecer a superfície do contrapiso para a aplicação da argamassa colante. Todavia, em locais sujeitos a insolação ou ventilação. a base deve ser umedecida. porém sem saturá-la.
Para a aplicação da argamassa colante, devem ser utilizadas as desempenadeiras de aço denteadas 8x8mm.
Atenção: para peças cerâmica com área menor que 400cm2 a desempenadeira dentada deve ser 6x6mm. Por exemplo: uma peça cerâmica de 20x20cm (400cm²) usa-se a desempenadeira 8x8mm, para cerâmicas menores, usa-se a desempenadeira 6x6mm.
Atenção: este material NÃO trata de assentamento de pastilhas!
A argamassa deve ser estendida em faixas de aproximadamente 60 cm de largura para facilitar a colocação das placas cerâmicas.
A extensão da faixa de espalhamento da argamassa colante deve ser determinada para cada caso e depende das condições locais de temperatura, insolação, ventilação e umidade relativa do ar. Se estas forem agressivas. podem provocar a formação de película (início da secagem) sobre os cordões da argamassa colante falseando a aderência das placas cerâmicas.
Para verificar a aderência. devem-se remover aleatoriamente algumas placas cerâmicas imediatamente após o seu assentamento, observando-se seu tardoz (o verso da peça cerâmica), o qua1 deve apresentar-se totalmente impregnado de argamassa colante.
Estender a argamassa colante com o lado liso da desempenadeira de aço apertando-a de encontro a superfície do contrapiso, formando uma camada uniforme de cerca de 3 mm a 4 mm. A seguir e com quantidade adicional de argamassa, aplicar o lado denteado da desempenadeira em ângulo de 60º, formando cordões que facilitam o nivelamento e a fixação das placas cerâmicas.
A quantidade de argamassa e a sua espessura devem ser determinadas para cada caso, dependendo das tolerâncias nas irregularidades da superfície do contrapiso e empeno côncavo ou convexo das placas cerâmicas. Os espaços provocados por estas irregularidades devem ser totalmente preenchidos pela argamassa colante.
É vedado o aproveitamento de sobra de argamassa colante de um período a outro de trabalho, ou de um dia para outro.
Referência: NBR 9817 e NBR 13753
Graziela Alessio
Arquiteta e Perita Judicial
Fone/whatsapp |51| 993.246.286
Rua Oliveira Lopes, 76 sala 02 - Porto Alegre - RS
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